terça-feira, 21 de maio de 2013

Ciclo de Cinema "Diversidade Sexual e Religião" em Porto Alegre - RS

Por Espiritualidade Inclusiva



Como atividade da III Semana Acadêmica Integrada da Saúde e os Movimentos Sociais, ocorrerá entre os dias 21 de maio e 04 de junho o Ciclo de Cinema "Diversidade Sexual e Religião", que será realizado no Auditório da Escola de Enfermagem da UFRGS. Entre os debatedores, estará o Coordenador Geral do Movimento Espiritualidade Inclusiva, o jornalista Paulo Stekel.

Organização: NUPSEX, da UFRGS.

Agende-se para assistir aos três filmes que serão apresentados e debatidos no ciclo:

21/05 - 18:30
"Prayers for Bobby" (Orações para Bobby)
Debatedor: Paulo Stekel (Coordenador do Movimento Espiritualidade Inclusiva)

28/05 - 18:30
"Eyes Wide Open"
Debatedor: Daniel B. Kveller

04/06 - 18:30
"A Jihad for Love"
Debatedor: Daniel Caye

Local: Auditório da Escola de Enfermagem da UFRGS, Rua São Manoel, 963 - Santa Cecília - Porto Alegre - RS

Vídeos com trechos da "Audiência Pública sobre o PLC 122 com o Senador Paulo Paim" em Canoas - RS

Por Espiritualidade Inclusiva


Na tarde do dia 18 de maio de 2013, foi realizada na Câmara Municipal de Canoas - RS, uma "Audiência Pública com o Senador Paulo Paim", tendo como pauta "O PLC 122: pela criminalização da homofobia". Cerca de 200 pessoas se fizeram presentes, entre representantes de ONGs de ativismo LGBT, afro-umbandistas, representantes do movimento negro e pessoas envolvidas com o tema Direitos Humanos.

O evento foi uma realização conjunta do Gabinete do Senador Paulo Paim e do Gabinete do Vereador Paulinho de Odé (PT - Canoas), com apoio do Coletivo LGBT e Simpatizantes de Canoas, ONG Parceiros da Diversidade, ONG LOVE e Coordenadoria de Políticas de Diversidades de Canoas.  Até o momento esta foi a única Audiência Pública com o atual relator do PLC 122 no Estado do Rio Grande do Sul e Canoas foi a primeira cidade a apresentar uma minuta coletiva de projeto de lei em mãos do senador.

O Movimento Espiritualidade Inclusiva se fez presente, através do Coordenador Geral Paulo Stekel, que representando o Coletivo LGBT e Simpatizantes de Canoas, entregou em mãos do Senador Paim a "Minuta de Canoas" (leia ou baixe a minuta aqui), contendo as sugestões consensuais de todos os envolvidos no tema em Canoas para o texto final que o Senador pretende colocar em votação até o final de 2013.

Nosso apoiador Kenai Alves registrou em vídeo cerca de uma hora e meia dos momentos mais importantes para a reflexão sobre o tema. Dividimos tudo em quatro partes. Confiram:

 Parte 1

 

http://www.youtube.com/watch?v=-N9aswy5LWU - Nesta parte: Abertura com apresentação de Fabielli Kimberly; fala do Vereador Paulinho de Odé (presidente da mesa); fala de Everton Alfonsin (presidente da FAUERS - Federação Afro-Umbandista e Espiritualista do RS).

 Parte 2

 

http://www.youtube.com/watch?v=vJYxqOrDaBU - Nesta parte: Falas de Paulo Stekel, coordenador do Movimento Espiritualidade Inclusiva, representando o Coletivo LGBT e Simpatizantes de Canoas e entregando ao Senador Paim a Minuta de Canoas como contribuição ao novo texto do PLC 122; Delegada Sabrina Defenti; Roselaine Silva, representando o Conselho Nacional LGBT e a LBL - Liga Brasileira de Lésbicas; Rogério Ambieda (Coordenador de Diversidades de Canoas - RS); Fábulo Nascimento da Rosa (Coordenador Estadual de Diversidade Sexual).

 Parte 3

 

http://www.youtube.com/watch?v=l3YOiCkgKiE - Nesta parte: Fala do Deputado Nelsinho Metalúrgico (PT - RS) e do Senador Paulo Paim, atual relator do PLC 122.

 Parte 4

 

http://www.youtube.com/watch?v=nH8Vu0vt5mE - Nesta parte: Falas do público - entre eles, Ana Naiara Malavolta (LBL e Fórum Gaúcho pelas Liberdades Laicas), Zumba Toledo, além de Marina Reidel e Roselaine Silva (ambas do Conselho Nacional LGBT); apresentação final de Fabielli Kimberly; fala final do senador Paim.

Vídeo com trechos do "Diálogo com o Senador Paulo Paim", em Porto Alegre - RS

Por Espiritualidade Inclusiva


Na manhã do dia 17 de maio de 2013, Dia Estadual e Mundial de Combate à Homofobia, foi realizado no Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFRGS, em Porto Alegre - RS, o "Diálogo com o Senador Paulo Paim", tendo como pauta "O PLC 122: pela criminalização da homofobia". Cerca de 150 pessoas estavam presentes, entre representantes de ONGs de ativismo LGBT, universitários, estudantes de Direito e envolvidos com o tema Direitos Humanos.

O evento foi uma realização conjunta do Gabinete do Senador Paulo Paim, da Comissão Estadual de Diversidade Sexual da OAB/RS, da Coordenadoria Estadual de Diversidade Sexual e da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do RS, com apoio do Movimento Todos Pela Criminalização da Homofobia e da Liga dos Direitos Humanos da UFRGS.

O Movimento Espiritualidade Inclusiva se fez presente, através do Coordenador Geral Paulo Stekel e do apoiador Kenai Alves, que juntos, registraram em vídeo quase uma hora dos momentos mais importantes para a reflexão sobre o tema. Confiram:



http://www.youtube.com/watch?v=yXlFI43OI-I



sexta-feira, 17 de maio de 2013

[Onde somos notícia] Paim diz que criminalização da homofobia será lei no Brasil ainda em 2013

Por Espiritualidade Inclusiva

Saiu no site do Sul21 hoje (link original http://www.sul21.com.br/jornal/2013/05/paim-diz-que-criminalizacao-da-homofobia-sera-lei-no-brasil-ainda-em-2013/):


Paim diz que criminalização da homofobia será lei no Brasil ainda em 2013


Senador Paulo Paim defende consenso para aprovação do PLC 122 na base da lei do racismo para garantir aprovação em 2013./ Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Rachel Duarte
O aumento dos crimes de ódio no Brasil coloca o país na liderança mundial de mortes por preconceito em relação à orientação sexual. No Dia Internacional Contra a Homofobia, nesta sexta-feira (17), o senador Paulo Paim (PT-RS) disse que pretende colocar o PLC 122 em votação em agosto deste ano. Engavetado no Congresso Nacional desde 2001, o texto prevê a criminalização da homofobia e, se passar pelo Parlamento, tem a garantia da sanção da presidenta Dilma Rousseff, garantiu Paim. “Ela sanciona ainda este ano. É só conseguirmos o consenso”, falou o senador.
Encontrar um meio-termo entre o que quer o movimento social LGBT, o que o relator acredita ser possível de aprovar e o que a bancada conservadora do Congresso aceitará para aprovar o texto em Plenário é o desafio dos próximos meses para o senador petista. Terceiro na relatoria do PLC 122 no Senado Federal, Paulo Paim pediu a unidade do movimento social na luta pela aprovação do projeto. “Se nós não tivermos entendimento e chegarmos lá divididos, não teremos chance. Temos que nos entender e aprovar o possível agora”, pediu aos representantes gaúchos em debate na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A intenção do relator é encaminhar um texto que coloque a discriminação contra homossexuais dentro da legislação sobre racismo no país. “Quero trabalhar dentro da lei atual, para mexer o mínimo possível no PL. Se fosse pela vontade do movimento social eles queriam uns 20 pontos novos. Eu consigo contemplar todos eles com a dureza do item do Estatuto da Igualdade Racial, que diz ser um crime imprescritível, inafiançável e com previsão de prisão”, explica.

Travestis fazem performances diante das autoridades e colorem o Dia Internacional de Combate à Homofobia./ Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
A ideia não foi bem aceita por parte do movimento negro, o que levou a Coordenadoria Nacional de Diversidade Sexual a elaborar um texto substitutivo. De acordo com Paulo Paim, o consenso com o movimento negro já foi alcançado e os argumentos jurídicos feitos pela Coordenadoria serão aproveitados. “Estamos na busca de pelo menos um entendimento para poder fazer um acordo de procedimento. Votamos o texto que eu vou apresentar e se houver divergência votamos algum destaque. Questões específicas podem ser aperfeiçoadas depois com a futura legislação aprovada. Temos que garantir que o preconceito por orientação sexual seja lei primeiro”, reafirmou.
O representante do movimento Espiritualidade Inclusiva, Paulo Stekel concordou que um recuo agora pode significar uma estratégia de avanço para finalmente aprovar o texto. “Ele pode criar o conceito sobre orientação sexual, discriminação por gênero e finalmente o que seria a homofobia a partir da lei do racismo ou uma lei específica para homofobia. Mas não creio que devamos tipificar as discriminações. Todas são discriminações”, defendeu.
Movimentos LGBT não querem mudança no texto para evitar retorno do PL à Câmara 

Ex-desembargadora do TJ-RS, Maria Berenice Dias argumenta que alterações no texto levariam PLC 122 às mãos do pastor Marcos Feliciano./ Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Já a ex-desembargadora do Tribunal de Justiça do RS, Maria Berenice Dias discorda da alteração do PLC 122 tal qual ele foi aprovado na Câmara Federal. “Este PL levou cinco anos para chegar ao Senado e já está lá há sete anos esperando para aprovação. Se houver alterações no Senado terá que voltar para a Câmara e, com a presidência do jeito que está (Marco Feliciano) ele será arquivado. Portanto, o desejo do movimento gay é de aprovar este texto como está”, disse a advogada da Comissão de Diversidade Sexual da OAB.
O maior entrave para o avanço do projeto que criminaliza a homofobia no Brasil, bem como qualquer outra iniciativa para reparar na legislação federal privações de direitos desta parcela da sociedade, é a numerosa bancada religiosa do Congresso Nacional. Para o representante do Ministério Público do RS, Miguel Velasques, que compareceu ao debate na UFRGS, antes de serem evangélicos, os parlamentares são políticos e devem seguir uma coerência com os princípios das siglas das quais são eleitos. “Eles têm partido político. E estes partidos, principalmente os que são de esquerda, têm que cobrar deles uma postura a favor dos direitos humanos”, falou.
De acordo com o Velasques, o governo federal não pode se omitir em pressionar os líderes e a base aliada sobre o tema da homofobia. “São dez anos de uma administração de esquerda. O Congresso tem que dar sua resposta com a aprovação deste PL. Tivemos uma demonstração da força da base governista na votação da MP dos Portos. Compreendo a importância desta medida para o desenvolvimento do país, mas seres humanos que morrem cotidianamente pela intolerância são, para mim, mais importantes’, criticou.

Debate sobre PLC 122 com senador Paulo Paim na Ufrgs busca consenso para aprovação do texto no Congresso Nacional. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Os dados de mortes e agressões por homofobia estão aumentando no país, relatou o representante da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Bruno Monteiro. Segundo ele, de 2011 para 2012 houve um aumento de 160% nas denúncias do Disque 100 relacionadas ao preconceito por orientação sexual. “Isso é bom por um lado porque revela que as pessoas estão tendo a coragem de denunciar. Estamos cientes desta realidade e sabemos que precisamos avançar mais”, admitiu.
Uma das iniciativas do governo federal para mudar a cultura preconceituosa relacionada a liberdade sexual foi abolida depois de gerar polêmica na sociedade e desconforto entre os fundamentalistas da base governista. “O Kit anti-homofobia nas escolas era uma importante ação para formar uma sociedade menos preconceituosa e combater o bullying nas escolas e o governo recuou nesta medida. Nós lamentamos isto profundamente. O Brasil está atrasado em termos de legislação e de campanhas sobre homofobia”, lamentou a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Porto Alegre, vereador Fernanda Melchionna (PSOL).
Mortes de homossexuais deve ser tema de audiência com Tarso Genro

Movimentos LGBT cobram resposta do governo gaúcho sobre mortes de travestis no RS./ Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
No Rio Grande do Sul, apenas no começo deste ano seis travestis foram mortas por preconceito. As mortes, segundo a presidente da Associação de Travestis e Transexuais no RS – Igualdade, Marcelly Malta, ocorrem com muita violência. “O último caso, de uma travesti de 38 anos morta na Redenção no último final de semana, foi com uma pancada na cabeça. Estamos acompanhando este caso e queremos uma atitude das autoridades”, cobrou.
O coletivo ‘Todos pela Criminalização da Homofobia’ se uniu na cobrança às autoridades presentes no debate e pediu audiência com o governador gaúcho Tarso Genro (PT). “Precisamos de lei para que não fique impune o preconceito e a violência. O caso do jovem de Tapes que levou 28 facadas está ainda vivo em nós. Nós temos expectativa de que o manifesto seja levado ao governador. Ele é assinado por mais de 30 entidades que não são apenas ligadas ao movimento LGBT”, explica a representante Jucele Azzolin.
O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Fabiano Pereira disse que o governo reconhece que os crimes contra a vida de homossexuais como o ocorrido na Redenção, ‘são inadmissíveis’. Para ele, a aprovação do PLC 122 é urgente. “Este projeto representa mais que a punição de crimes por homofobia, será um processo civilizatório. A sociedade do pensamento único não evolui, a que evolui é a da diversidade, da pluralidade e sem intolerância”, afirmou.

terça-feira, 7 de maio de 2013

[Notícia] Audiência Pública do PLC 122 com o Senador Paim em Canoas – RS


Por Espiritualidade Inclusiva



Com o título “Audiência Pública - O PLC 122 que Criminaliza a Homofobia”, a cidade de Canoas – RS realizará um importante debate sobre o assunto com o Relator do Projeto de Lei da Câmara Nº 122/2006, o Senador Paulo Paim. A atividade, a ser realizada no dia 18 de maio, será uma das poucas audiências públicas que estão por ocorrer no Rio Grande do Sul, e, por isso, a sua importância. Como o Senador Paim pretende colocar em votação ainda em 2013 uma nova versão do projeto, as audiências públicas são a chance que a sociedade tem de contribuir para que o texto final realmente contemple o que todos os LGBT necessitam na caminhada em direção a uma cidadania plena.

A iniciativa é uma ação conjunta do Gabinete do Vereador Paulinho de Ode com o Gabinete do Senador Paulo Paim, contando ainda com o apoio de diversas entidades da sociedade civil. Eis as que apoiam o evento até o momento:

  • Coletivo LGBT e Simpatizantes de Canoas;
  • Movimento Espiritualidade Inclusiva;
  • ONG Parceiros da Diversidade;
  • ONG LOVE (Luta, Orientação, Vida e Esperança);
  • UNIAXÉS;
  • FAUERS.

Durante o evento, o Coletivo LGBT e Simpatizantes de Canoas apresentará ao Relator do PLC 122 uma minuta de projeto de lei para contribuir com a nova redação do projeto. Esta minuta está sendo redigida em consenso com todos os apoiadores do evento.

A organização e os apoiadores do evento contam com a participação e ajuda na divulgação de todas as pessoas de Canoas, de Porto Alegre e da Região Metropolitana ligadas e interessadas na promoção dos Direitos Humanos e para LGBT. Para quem quiser convidar os amigos da região pelo Facebook, foi criado um evento: http://www.facebook.com/events/175988542559569/

Expediente:

Audiência Pública “O PLC 122 que criminaliza a homofobia”

Data: 18 de maio de 2013 (sábado)
Horário: 14h
Local: Câmara de Vereadores de Canoas (Rua Ipiranga, 123 – centro)

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Subsídios para entender o PLC 122

Quem quiser saber mais sobre o PLC 122, a fim de contribuir com opiniões no dia da audiência pública, deixamos abaixo os links com as versões existentes do projeto até aqui (versões que servem apenas como referência, já que será feita uma nova redação) e uma análise feita do PLC 122 por Paulo Stekel a partir de um recente discurso do Senador Paulo Paim:


PLC 122 – Versão de Fátima Cleide (2009): http://www.plc122.com.br/plc122-06/#axzz2ScoVri1A

PLC 122 – Substitutivo proposto pelo Conselho Nacional LGBT (2013): http://www.plc122.com.br/plc122-paim/#axzz2ScoVri1A

O Bom ou o Ótimo: Qual PLC 122 queremos? (Artigo de Paulo Stekel analisando o PLC 122 a partir de um discurso recente do Senador Paim) - http://espiritualidadeinclusiva.blogspot.com.br/2013/04/o-bom-ou-o-otimo-qual-plc-122-queremos.html


“Ama o teu próximo como a ti mesmo”: a alteridade e os desafios para o século XXI


Por Luciano Freitas Filho


Desde o começo do mundo que o homem sonha com a paz. Ela está dentro dele mesmo. Ele tem a paz e não sabe. É só fechar os olhos e olhar pra dentro de si mesmo.
Todos estão surdos, Roberto Carlos.


Sejamos cristãos ou não, amar o próximo como a nós mesmos é o maior desafio que os sujeitos do século XXI podem promover a eles mesmos e ao mundo ao redor. A palavra-chave para a qualidade de vida e melhoria das relações humanas nos tempos atuais não é a tecnologia, nem o desenvolvimento econômico, mas sim a alteridade. Novas tecnologias e desenvolvimento econômico são essenciais, contudo são objetos, eles não são os sujeitos e nem os únicos meios para o bem-estar e a qualidade de vida. Não confundamos sujeitos com objetos.

Atualmente, no Brasil, estamos lidando com situações que para quem vê de fora acredita que o tão anunciado “fim dos tempos” já chegou. Para nós, que estamos do lado de dentro, há certa entorpecência, uma banalização de fatos que nos fazem dar passos largos para trás na história.

O que está acontecendo com o país quando as ideologias fundamentalistas religiosas impõem aos homossexuais e sua homossexualidade o véu de doença, patologia, ofertando “fraternalmente” a cura?   Ou quando os mesmos, através de suas bancadas parlamentares, fomentam e defendem a internação compulsória de usuários de Crack e outras drogas?

Afirmar-se fraterno, amar o próximo como Jesus ensinou, não implica amar o outro como queremos que ele seja ao nosso bel prazer ou ideologia. Amar o outro significa amá-lo como ele/ela é, na sua essência, sem apontar para sua sexualidade o cunho de sujeira ou doença. Amar o outro impondo a ele/ela o modo para ser um sujeito amado e/ou amável, é egoísmo, é violento e, sobretudo, não é amar.
         
Quando se evangeliza em nome do Sagrado para ofender e discriminar o outro, implica na interpretação avessa do que a Palavra significa(ou). Outro aspecto que salientamos é o fato de que, quando nos utilizamos da condição de parlamentares eleitos para discriminar uma parcela da população, ferimos a Constituição que rege o país. Existem tantas temáticas emergenciais a serem discutidas e sanadas pelos parlamentares, tais como violência urbana, fome, miséria e pobreza, exploração infantil e etc., por que, então, não há um coro “Gospel” para esses assuntos nos palanques legislativos?  Qual o objetivo de centrar atenção na discussão do que os LGBT fazem ou deixam de fazer com os seus corpos?

O que falta para muitos é o exercício da alteridade. O princípio da alteridade é ser fraterno reconhecendo em si o outro e a sua diferença, respeitando-a. Eis na alteridade a chave para um equilíbrio e harmonia entre as pessoas, uma qualidade de vida global. Uma prática real de amor com/para Cristo.


Sobre o autor


Luciano Freitas Filho é Secretário Nacional LGBT do PSB.